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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Mais Confete!

As paredes estão ruindo e o mundo não tem mais contorno, nem padrões, nem referências. Nesta desconstrução, nem os corpos têm mais o seu lugar, aprisionados que estão entre asas que permitiriam o vôo e cadeiras de rodas que lhes mantém presos ao chão: a imagem do casal é poética e incômoda, assim como o próprio texto. Todas as alternâncias e polaridades que a peça traz, inclusive na interpretação dos atores: suavidade e brutalidade, olhares fixados e olhos que buscam o contato, o dentro e o fora, o céu e o inferno, as asas e as cadeiras, a luz e a escuridão, o sonho e as regras que devem ser cumpridas, os gritos e o silêncio, a agressividade e a delicadeza... Nada disso está lá por acaso, em tudo parece haver uma intenção, talvez a de nos colocar diante de grandes espelhos. De alguma forma, é como se o autor, o diretor e os atores contassem para mim que, para além do mundo, dos corpos e das formas, a vida acontece e ganha significado e sentido nesse espaço do transitório, no espaço "entre", lugar de encontro e confronto onde os afetos se constituem e as verdades se revelam. "O primeiro dia depois de tudo", inicialmente, parece contar sobre os desencontros de um casal, mas o convite implícito é para que façamos um outro tipo de vôo.

Flávia Bomfim Perdigão, pedagoga, educadora, espectadora essencial.

Adorei a peça, realmente vocês são muito competentes no que fazem. Penetrei na experiência que estava sendo apresentada, fiz uma viagem em meu interior. Muitas vezes vivemos experiências, mas não temos competência para falar das nossas emoções. Artistas como vocês sabem nos traduzir. Preciso me aproximar mais dessa arte, me fez muito bem. Foi emoção do começo ao fim.

Lenice Britto, professora, espectadora essencial.

Fui e valeu muito ter ido. Tudo muito bem marcado: expressão, situação, cortes, atenção, foco. OLHO NO OLHO. Gosto de como você escreve o que escreve: a união dos separados que somos de nós mesmos. Teatro de ator de texto. A peça não saiu da cachola: ficou no sutil, muito sutil...

Roberta Briotto, atriz, espectadora essencial.

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