Leiam texto sobre Plínio Marcos aqui.

sábado, 27 de novembro de 2010

Penúltimos Comentários

Assisti à peça ontem. Muito bom! Incrível como Leo Lama conseguiu trabalhar as sensações. Eu sentia o que eles sentiam. E quando eles não estavam, quando as luzes se apagavam, era um caldeirão de emoções. Interessante como a gente não presta a atenção a essas emoções. Gostei muito. Parabéns a Leo Lama, aos atores e a toda equipe! Cristiane F. Alves, Risk Manager - Latin America da Pirelli Pneus Ltda, espectadora essencial.

Muito bom, trabalho intuitivo! Ainda mais porque foi escrito quando o autor ainda era criança (24 aninhos). Acho que o melhor é logo de cara a imagem, a tensão dual de anjos paraplégicos e deficientes metafísicos. Reconheço muitas referências, uma longa lista: literárias, cosmológicas e pessoais. Muito pano para a manga. Impressionante os atores, especialmente Priscilla Carvalho, que parece estar mais próxima do texto. E que energia mobilizada! Como eles agüentam serem canais de tanto? Devem ter proteção angélica para lidar com a matéria sem despirocar! Afinal, Deus protege mulheres, crianças, bêbados, loucos e atores. Sergio Rizek, editor, espectador essencial, da Attar Editorial.

Fui assistir à peça na quinta-feira, obrigada. Gostei muito. Texto instigante e bons atores. Muitas coisas que não saberia explicar escrevendo, coisas que senti e pensei depois que saí de lá. Ando me perguntando: por quê? Pra quem? Por que agora?Por que aqui? Acho que o texto vai nestes pontos. Em alguns momentos me senti excluída de algo que só os envolvidos sabem. Por quê? Mas me instigou, fiquei feliz. Bel Kowarik, atriz, espectadora essencial.

Quero agradecer demais, realmente foi muito bom eu ter ido. Os atores são ótimos e o texto é muito forte mesmo. Eu tenho meditado todo dia e achei que a peça me deu um insight muito interessante, que tem a ver com o Zen. A peça é sempre muito subjetiva e fala de coisas que são difíceis da gente materializar na mente. Sempre fica uma coisa vaga, a gente não entende racionalmente. Mas entende irracionalmente. Foi isso que eu senti. Saí do teatro com uma compreensão, com o sentimento de compreensão. Mas não pergunte do que! Realmente uma compreensão irracional, como no Zen. Eu particularmente também percebi que tenho que ir mais ao teatro, pois é algo que estimula demais a mente, dá uma avivada nas idéias. Eu cheguei em casa e fui trabalhar nas minhas esculturas. Então foi assim. Essa peça de todas do Leo Lama é a mais poética. E fiquei contente de não perder, pois tenho acompanhado todas as peças do autor e isso é muito interessante, ver como um artista se desdobra. André Parisi, pintor, escultor, artista plástico, espectador essencial.

Que porrada!Adorei, simplesmente adorei! Que cutucada na consciência, hein?! Me identifiquei demais em muitos momentos dessa obra sensível e detalhista do Leo Lama. Mal consegui me mexer na cadeira, tanto é que até esqueci onde estava e o envolvimento com olhares, lágrimas e tudo, me chocou a ponto de rever a nossa realidade que quase nada de bom tem, por quê? Porque somos hoje em dia (pós anos 90) cada vez mais centrados em nossos próprios umbigos, em nosso próprio mundo. Vai se o tempo, e o ser humano está cada vez mais deslocado, alojado em sua pequena prisão, a da alienação. André Mello, ator, espectador essencial.

Sem se mexer, a energia da atriz mexeu muito comigo. Não saberia explicar racionalmente, mas é isso que buscamos, não é? Parabéns pelo trabalho. Camila Rondon – atriz, cantora, compositora e jornalista, espectadora essencial.

Parabéns pela peça, texto tocante, obrigada. Silvana Cardoso dos Santos, espectadora essencial.

Ainda não sei o que dizer. No mínimo me incomodou. Acho que estou digerindo. Ana Rosa, espectadora essencial.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O Último Dia do Primeiro Dia

Primeiro dia de ensaio, foto minha.

Os fenômenos, ou seja, tudo que pode ser percebido pelos sentidos ou pela consciência, provocam diversas colorações no ego, segundo uma infinidade de gradações quanto à qualidade e à intensidade. Tais matizes indicam direta ou indiretamente o que somos; o sentimento é uma imagem ou uma modalidade da pessoa, dependendo do seu grau de profundidade. A qualidade do sentimento depende da qualidade do ego tanto quanto da do fenômeno. Como a inteligência e a vontade, o sentimento é uma faculdade simultânea de assimilação e discriminação.

Depois dessa breve reflexão sentida, digo que nossa peça “O Primeiro Dia Depois de Tudo”, cumprida a temporada inicial em São Paulo, deixa um sentimento bom em quem participou do trabalho. Digo isso também muito pela resposta que tivemos do público. Formado por espectadores seletos, de alto nível, participativos, que nos questionaram, apoiaram, (alguns assistindo mais de uma vez), criticaram, incentivaram, doando mais do que esperávamos, nos fazendo querer doar tudo que pudemos em cada apresentação, para que fosse sempre melhor do que a anterior.

Nossa luta continua, em batalha para apresentações em outros lugares, aldeias, cidades, países e espaços intergalácticos ou em quintais de consciência. Estamos colocando projetos em Leis, ligando para SESCs, procurando teatros, porque, na verdade, tudo que queremos é trabalhar. Procurar trabalho também é trabalhar.

Em nosso país, como todos sabem, fazer arte é uma luta, pois a cultura está diretamente ligada a interesses políticos e mercantilistas e muito pouco conectada com a ética e com a pesquisa profunda de novas linguagens artísticas. Não importa, somos singularidades e não é porque chove que não está fazendo sol.

Assim vamos, como quem nunca sai de cartaz.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Amores alados, dores terrenas

Crítica de Valmir Santos em seu site: http://teatrojornal.com.br/blog/2010/11/amores-alados-dores-terrenas/

Se escrever, não dirija. Os dramaturgos dão de ombros para isso. Samir Yazbek, Mário Bortolotto, Claudia Schapira, Roberto Alvim e Newton Moreno, entre outros, estão cada vez mais apossados da cena. Também. Em sua produção sazonal e de soslaio, Leo Lama se assume espirituoso na busca pelo que se deduz uma reza, um mantra sobre os conflitos de que são feitos o teatro e a vida. Particularmente quando a dois, como no microcosmo da experiência mais recente, O primeiro dia depois de tudo. A peça de 20 anos atrás ganhou um novo tratamento sobre a enésima história de amor. Tornar a palavra imagem é que são elas.

Lama vai a Dante Alighieri e Beatriz, o amor da musa idealizada pelo poeta, para falar da realidade de seu tempo. Purga a relação de um casal em seu estágio derradeiro. Se os diálogos e as passagens narradas abrem janelas a ironias e estados ridículos dos enamorados em crise, a encenação não alivia em sua austeridade. Essa tensão leva o espectador a partilhar o labirinto existencial com intimidade que o espaço exíguo da Sala Vitrine, no Teatro Imprensa, só faz colaborar.

Na parábola, Beto e Beatriz perderam o movimento do corpo. Resta-lhes a cabeça. A razão e as asas – a plumagem branca salta armada das omoplatas dos seres vestidos de luto, cada um em sua cadeira de roda. A imobilidade (oposição sustentada sob preparação corporal de Joana Levi) é ponta de lança da direção. A paralisia, a base preta dos figurinos, o desenho de luz espectral (por Fábio Retti), os blecautes caudalosos, toda a atmosfera melancólica vem confirmar que o inferno não são os outros, mas eles mesmos, os sujeitos protagonistas.

Importa notar em O Primeiro Dia Depois de Tudo o dramaturgo desconstruindo o amor romântico com “uma tragédia poética”, como ele chama, atento à liquefação cotidiana, rindo da traição e da posse, pasmado diante da inconsequência dos sentidos e afetos abortados. E, principalmente, o dramaturgo capaz de ser outro enquanto encenador, distanciar-se como inventor de linguagem cênica que amplia os horizontes do texto ao “aprisioná-lo”.

Somos surpreendidos ao ouvir de Leo Lama, por meio dos personagens, que não existe remédio no teatro para as dores de amores. Um autor em mutação permanente que permite ao eu diretor mãos lapidadas e ousadas como não vimos até aqui na carreira. Se for preciso dizer alguma coisa, é a linguagem, uma teatralidade de pulsos beckettianos que vai gritar ou silenciar sob um texto bem estruturado para assuntar o banal e o convencional nos dias de hoje. O discurso na chave negativa revela luminoso o amor de pés nos chãos, menos idílico. É o que se depreende da voz e do pensamento de um homem e de uma mulher contemporâneos, por Priscilla Carvalho e Leonardo Ventura, cúmplices decisivos nesse processo de anjos urbanos caídos. Na simbologia erguida por Lama, aleijões da alma e do corpo rogando por ouvidos, oscilando o que foram e o que gostariam de ter sido. Na condicional.

Foto de Heloísa Bortz.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O que par seria

Andreah Dorim, artista essencial, sempre mirando pra cima. PARÉ.

A valorização, qualquer que seja, não é sempre uma verticalização? Não é fácil para o homem se tornar ereto. Todos engatinham por algum tempo antes de erguerem-se e muitos, mesmo depois de levantados, ainda conservam curvas nas costas, como se pendessem para o mais baixo. Estar de pé é um símbolo muito forte, principalmente porque é o mais alto que cada um de nós pode chegar com os pés no chão. Estar de pé ao lado de alguém é o que define nossa espécie. E é essa a noção que, por ser tão óbvia, logo perdemos. O ser humano quer estar no topo, não contente em estar apenas em si.

Quando vemos uma tribo indígena dançando de mãos dadas ao redor de uma fogueira ou formando um círculo, podemos perceber que as tradições dos povos primeiros são baseadas na força do estar junto em ritual de compartilhamento. E é preciso sempre, para esses, estar lembrando essa força. Mas aqui, na chamada civilização, muitos precisam lembrar o quanto são importantes enquanto indivíduos, justamente por não se acharem assim, e necessitam buscar uma auto-afirmação umbilical por insegurança ou carência de reconhecimento, o que não é estranho, já que o ensino na maior parte do país e do mundo é baseado no abandono e no abuso, assim como a educação que recebemos de nossos pais. Todas as propostas “civilizatórias” nos levam à solidão e à falta de referência e causam o isolamento e o comportamento defensivo. Sentindo-nos assim, como poderíamos nos abrir para a eucaristia?

Pensando apenas no teatro, reconheço que não existe a menor possibilidade de uma peça ser realizada satisfatoriamente sem a comunhão, sem o estabelecimento de uma comunidade ou, no mínimo, sem a composição de um par. Ao longo desses anos minha vida foi uma escola de aprender a compartilhar. Como todos, perdi muito tempo por ter sido condicionado ao egoísmo e às ilusões do ego. Portanto, agora que estou no pré-primário, é importante que eu reconheça, em cada atitude e frente a cada nova proposta de trabalho, que não realizei nem vou realizar nada sozinho. Vivemos o tempo do “por favor, vote em mim pra que eu ganhe um prêmio”, mas, parece que está cada vez mais claro que só seremos singularidades se votarmos em nós.

No caso da peça O Primeiro Dia Depois de Tudo, peço que leiam a ficha técnica postada aqui ao lado e entendam que tudo que foi realizado em nosso processo foi em conjunto e os dois atores recebem o maior mérito, pelo empenho e pela dedicação exemplar, empreendidos sem a menor remuneração. Em meu caso particular, devo a realização dessa peça à persistência e à coragem de Priscilla Carvalho, que foi minha companheira em todas as etapas.

E por fim gostaria de dizer que tudo que faço e penso em fazer se deve à minha parceira de sempre e sempre Andreah Dorim. Cada linha que escrevo, cada direção que imagino ou tento realizar está continuamente sob a influência que essa artista essencial exerce sobre o meu pensamento, a minha vida, a minha obra. Eu não teria chegado onde estou se não fosse ela, não que eu tenha ido muito longe, mas se dei um mínimo de lapidação ao me talento, o mérito é em grande parte de Andréita Dorim, minha comparte.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Exercício Excalibur

Artur Pescador - Perdão, senhorita, posso entrar?

Guenevera - Entrar? Aqui o público não vem mais, o que veio fazer aqui, tolo? O teatro não pode competir com o mar.

Artur Pescador - Chove lá fora. Posso me abrigar da chuva aqui?

Guenevera - Eu sou mulher e atriz, posso ser chuva também.

Artur Pescador- Que imagem bela é a água.

Guenevera - Não para de chover em mim, espectador errante, isso é benção ou castigo? Veio se abrigar da chuva no teatro? Surpresa! Hoje representaremos “A Tempestade”.

Artur Pescador- Eu vim ao teatro querendo ouvir a música do mar.

Guenevera- Se meu amado apenas me tocasse com seus lábios, como a flauta eu romperia em melodias.

Artur Pescador- Se eu fosse um flautista...

Guenevera- Sou uma flauta sem notas. Estou seca. O mar é que é molhado.

Artur Pescador- Se o seu ouvido estivesse em meu peito agora, ouviria o lá que afina.

Guenevera- Toquei tantas notas e nunca encontrei esse lá, por que estaria o lá aí?

Artur Pescador- Talvez o lá seja a única nota em si.

Guenevera- O mar encobriu a música. Assim, atriz, não pareço capaz de amar? Pensa que tudo que faço é representação? Amei mesmo que meu amado amasse mais o mar do que minha melodia.

Artur Pescador- O Amado é tudo em tudo, quem ama é apenas cortina, véu.

Guenevera- Se o amado é o único que vive, quem ama está morto? Sou atriz, sei morrer de verdade.

Artur Pescador- Sou espectador, como eu poderia me manter vivo se quem eu amo revelasse seu rosto?

Guenevera- A morte é a derradeira cortina. Os atores já não atuam mais com máscaras. O amor quer ver o seu espelho revelado, pois se o espelho não reflete, de que serviria?

Artur Pescador- Por que um espelho não refletiria?

Guenevera- Porque a ferrugem não teria sido retirada de sua face.

Artur Pescador- Daqui só vejo clareza.

Guenevera- Sou frágil, eu me quebraria fácil como a arte se quebra sem o rito.

Artur Pescador- Eu te trouxe um rito. A música agora é o silêncio do avesso. Posso te chamar de esposa, como quem toca a mais bela melodia?

Guenevera- Experimente me tocar para ver se eu sou música.

Artur Pescador- Esposa.

Guenevera- Destino.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Purgatório

Foto de heloísa Bortz.

A escuridão nos obriga a aguçar os ouvidos e prestar atenção no ansioso zap da rádio que passa por músicas de diversos gêneros e épocas, sem parar por muito tempo em nenhuma, numa busca incessante da música certa, da sintonia. Acendem-se as luzes e o prenúncio musical se revela através dos atores presos em cadeiras de rodas, presos em asas, presos no limbo, presos em culpas. Flashes de passado e futuro se alternam com o presente, confundem o público entre o real e a fantasia, mas isso não importa, pelo contrário, realça a percepção do que é a própria vida, do que é a experiência humana do amor entre casais.

Roberto Aligheri e Beatriz, explícita referência ao momento do purgatório na obra de Dante, vivem em cena a busca pela sintonia unicamente pelo canal verbal. A possibilidade do contato físico, que muitas vezes pode resolver, ou piorar os conflitos, inexiste, assim como a presença de outras pessoas: apesar de evocadas, não têm como opinar. Roberto, o Beto, um músico que assim como é incapaz de mostrar suas músicas, também não mostra seus sentimentos. Está ali em uma missão, ajudar Beatriz, mas com o desenrolar do espetáculo percebemos que é Beatriz quem o ajuda, a mulher provedora, que devagar vai despertando o latente Luciano que vive em Roberto. A difícil comunicação entre os mundos dos amantes, o que podia ser dito, mas não foi, as interpretações errôneas, traições, picuinhas, o aborto. As situações não resolvidas, a lenta consciência das mesmas e a dificuldade que o ser humano encontra em ser apenas humano, não anjo, trazem o peso intransponível da culpa.

Não saí tranqüila. A liberação das personagens, das asas e da cadeira de rodas, talvez por serem espíritos, não me trouxe paz. A música do final, que agora não me lembro bem da letra, dizia algo como às vezes é melhor deixar morrer. Mas tive a impressão que terminaram talvez mais confortáveis, por perceberem não ter a obrigação de serem anjos, e portanto, livres das culpas. O texto é excelente, e os atores também! Tive insônia naquele dia, sinal de que mexeu.

Elisabet Just, cantora, espectadora essencial.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Impacto

Foto de heloísa Bortz.  

Assisti à peça O Primeiro Dia Depois de Tudo e o que tenho a declarar é que o impacto que a peça causa é muito grande. Me levou a refletir sobre o que tenho feito da minha vida hoje, e a pensar o quanto é importante viver intensamente cada minuto para não se arrepender depois. Obrigado, Leo Lama, pelo presente que você nos deu ao escrever esse texto. Estou navegando pelo blog e a cada post que leio me apaixono mais pelo seu trabalho. Amo Nelson Rodrigues, Plínio Marcos e estou conhecendo os trabalhos de Tchekhov e estudando Stanislavski e Kusnet. Mas a idéia de ter um grande autor nos dias atuais é fascinante. Parabéns.

Alex Garcia, espectador essencial, enchendo a minha bola, botando lenha na fogueira da minha vaidade.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Espectadores Essenciais

Foto de Helô Bortz.

Assisti à peça. Parabéns em primeiro lugar! É muito legal como conseguimos ver o apartamento, a banheira, a janela... O vôo (ainda que os atores estejam o tempo todo parados). Sucesso a vocês!

Luma Oquendo, espectador essencial.

Quero parabenizar Leo Lama por esta peça! Eu nunca tinha visto nada igual! Leonardo Ventura e Priscilla Carvalho apresentaram a peça magnificamente bem, mas nada teria sido sem esse texto! Assim que terminou, eu pensei: "É disto que eu preciso, e é isto que eu quero". Parabéns! E espero assistir mais peças do autor.

Fabio Ramos, dublê, espectador essencial.

Acabei de voltar ao meu apartamento e já estou no meu equivalente de cadeira de rodas, interagindo com meus amigos virtuais pelo facebook e fantasiando em meus pensamentos, como de costume. Gostei bastante da peça, me identifiquei muito e me fez pensar bastante no caminho a pé pra casa. O trabalho dos dois atores no espetáculo está realmente incrível.

Henrique Pantarotto, comediante, espectador essencial.

Agradeço pelo maravilhoso espetáculo que assisti ontem, o PRIMEIRO DIA DEPOIS DE TUDO. Tantas impressões, tão fortes...Sucesso, vocês merecem!

Elisabet Just, cantora, espectadora essencial.

Amei o começo no escuro com as musicas, as asas, o tema abordado, os momentos engraçados... Um espetáculo muito bonito. Fiquei pensando no que você escreveu, como lotar teatro sem atores globais, etc. Acredito no boca a boca, vamos falar do que é bom.

Daniela Pisani, atriz, espectadora essencial.

Gostei muito do texto, inteligente, tanto que quero ver de novo, eu tenho dois amigos que amam teatro e se eles não foram vou levá-los. Gostei muito do ator, ele é muito bom.

Roberta Serretiello, sonoplasta, espectadora essencial.

Confesso que não sabia da existência de Leo Lama até hoje de manhã, quando ouvi uma entrevista dele na rádio. A-do-rei. Tudo. As idéias, forma de falar, forma de conversar com os "amigos" do Facebook, convidando um a um para ver o espetáculo e conhecer seu trabalho. Adoro gente. Adoro pessoas que vivem por seus propósitos. Quando soube de quem é filho aí me amarrei. Respeito o Plínio porque também viveu por seu propósito e não se deixou cooptar. Principalmente naquela época em que era tão mais fácil, para alguns, desistirem de seus sonhos. Quero também ir ao Teatro Imprensa para ver a peça que comentou. Quero conhecer o trabalho de Leo Lama mais de perto. Tenho certeza de que me enriquecerei muito com isto.

Cida Medeiros, ouvinte essencial.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Famoso

Leo Lama em foto de Edu Campos. Minha escrita é miha arma a serviço do Espírito.

Na alta Idade Média, período no qual a sociedade ainda não estava corrompida por religiosidades moralistas e decadentes ou por materialismos egocêntricos, o povo falava uma linguagem simbólica e elevada, e o Espírito era o centro da busca de um ser humano de alma nobre. Nessa época, aquele que mais representava esse ideal de nobreza era o cavaleiro. Tal figura tinha dois objetivos na vida, o primeiro era servir a uma Dama, que representava Deus e o segundo era ser famoso. Sim, mas não a qualquer preço, não por sua aparência física, por algum escândalo, ou por uma jogada de marketing. O cavaleiro queria ser famoso pelos seus atos, pelos seus feitos, por sua obra enquanto atividade servidora dos outros, da humanidade, da ética, das virtudes, das Leis Divinas. Assim se pautava a conduta de tal homem. Assim sua fama o precedia nos lugares, assim ele era conhecido e respeitado e admirado como um modelo, um protótipo de bondade e justiça no qual se podia espelhar.

Pensando nisso é que quero ser minha própria grife e quero torná-la conhecida por uma busca de perfeição e harmonia. Escrever para servir aos outros, ao mais elevado, ao Espírito. Me tornar famoso por meus atos, por minha nobreza, por idéias claras e criatividade altruísta e capacidade de escolher e proporcionar sempre o melhor. Devemos ser positivos e otimistas o tempo todo, assim eu penso, criticamente. Querer aparecer é feio, tacanho, é personalismo tolo e exibicionismo barato, mas querer fazer aparecer o melhor do ser humano em si, eis o que é fama.