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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O Último Dia do Primeiro Dia

Primeiro dia de ensaio, foto minha.

Os fenômenos, ou seja, tudo que pode ser percebido pelos sentidos ou pela consciência, provocam diversas colorações no ego, segundo uma infinidade de gradações quanto à qualidade e à intensidade. Tais matizes indicam direta ou indiretamente o que somos; o sentimento é uma imagem ou uma modalidade da pessoa, dependendo do seu grau de profundidade. A qualidade do sentimento depende da qualidade do ego tanto quanto da do fenômeno. Como a inteligência e a vontade, o sentimento é uma faculdade simultânea de assimilação e discriminação.

Depois dessa breve reflexão sentida, digo que nossa peça “O Primeiro Dia Depois de Tudo”, cumprida a temporada inicial em São Paulo, deixa um sentimento bom em quem participou do trabalho. Digo isso também muito pela resposta que tivemos do público. Formado por espectadores seletos, de alto nível, participativos, que nos questionaram, apoiaram, (alguns assistindo mais de uma vez), criticaram, incentivaram, doando mais do que esperávamos, nos fazendo querer doar tudo que pudemos em cada apresentação, para que fosse sempre melhor do que a anterior.

Nossa luta continua, em batalha para apresentações em outros lugares, aldeias, cidades, países e espaços intergalácticos ou em quintais de consciência. Estamos colocando projetos em Leis, ligando para SESCs, procurando teatros, porque, na verdade, tudo que queremos é trabalhar. Procurar trabalho também é trabalhar.

Em nosso país, como todos sabem, fazer arte é uma luta, pois a cultura está diretamente ligada a interesses políticos e mercantilistas e muito pouco conectada com a ética e com a pesquisa profunda de novas linguagens artísticas. Não importa, somos singularidades e não é porque chove que não está fazendo sol.

Assim vamos, como quem nunca sai de cartaz.

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