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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Des

Na porta do abismo da morte cotidiana estivesse a relação sexual sã. Pernas, fossem braços, abertas como abraços e ter o Chi dentro de si. Não gozassem babas os amantes, despornografias se lhes assumissem, fossem pureza úmida a circular entre corpos. Deu-se a cama: nós. Agora diante de um o outro e a perplexidade. Se não soubessem, se nunca dantes, se nada prévio a porvir. Virginando-Si. Desestupros. Se não vertessem o gozo mais espesso, engolissem livros, se línguas se reconhecessem em longo lago. A tarde toda: Tao. Se fazer amor. Caminhar sobre as peles com as mãos, diminuir os sentidos: cegar-se. Des-ver, desvendar, revelar. A luz do crepúsculo, o lençol formando formas de movimentos, buscas, suores advindos de desejos rituais. Caçar com a boca. Os buracos, as chaves de fendas, os mistérios: o que penetra, o que se nos invade, o que despe, o despudorado, o desinibido, o desmascarado, o desconhecido. Agarrados todos os bichos em medo e vertigem fossem cair, sumir, desintegrar, virassem força. Que fossem gente os amantes.

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