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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Por que encenar ainda, depois de tudo?

Foto de Leo Lama, ensaio no Teatro Plínio Marcos.

Depois de tudo que já foi dito, feito, pensado, depois de tantos acontecimentos que acabam nos trazendo uma sensação de redundância e enfastio, o que ainda resta do silêncio? Vivemos em um tempo em que as coisas parecem estar paralisadas, estéreis, desprovidas de seus movimentos mais largos, de sua riqueza mais profunda, de sua representação artística mais altiva. E mais ainda, os princípios nobres da humanidade parecem estar caindo de suas verdadeiras alturas, como se anjos despencassem do céu. No entanto, muitos sentem urgente necessidade de uma temática mais elevada e de uma abordagem menos óbvia da realidade nas obras de arte.  A isto se propõe “O Primeiro Dia...”, uma metáfora sobre estar em condições difíceis em um mundo de privações e provas e mesmo assim ter o destino de voar além do psicologismo e das mazelas, em busca do sentido do sagrado e do encantamento. Que possa surgir um novo dia, depois de tudo, é uma esperança.

“O Primeiro Dia Depois de Tudo” é uma tragédia poética, porque a tragédia purga, propõe uma troca com os deuses, do que é desumano pelo que é mais elevado. E a poesia é a linguagem que possibilita a fala do imaginário, do aberto, do que se renova. 

Dica: Empresários e empreendedores do mundo todo estão praticando o que estão chamando de "Dieta de Informação", algo como ficar duas ou mais semanas longe da Internet, procurando maior espaço dentro de si.  O excesso realmente tem feito mal às pessoas. Já existem programas, como o Nutshell, que selecionam as suas interações preferidas no Tuíter e no Feicebuk e te enviam em hora programada por e-mail, que você só abre uma ou duas vezes por dia, otimizando seu tempo, conservando seu foco. Há uma tremenda crise de conteúdo provocada pelas redes sociais e pelos blogs, que parecem mais enredar na ignorância do que proporcionar verdadeira interação social, é preciso contra-atacar com Arte viva em experiência e poesia. Quem sabe não estamos começando a nos preparar para o Primeiro Dia? 

Um comentário:

Unknown disse...

Xântipa ficou emputecida porque seu marido só trouxera um polvo raquítico para o jantar. Nos tempos de Sócrates os polvos não usurpavam as competências do oráculo de Delphos nem adivinhavam os resultados das Olimpíadas ( ainda não havia o soccer, nem a Copa do Mundo). A acusação de Meleto era simplesmente ridícula. Imagina se o Sócrates ,sozinho, ia conseguir corromper a juventude de Atenas sem o PT do Marcos Valério e dos Aloprados. Imagina se ele realmente zombou dos deuses gregos sem a ajuda daquele bispo da Universal que chutou uma imagem de Nossa Senhora.
Tudo o que ele fez foi deixar claro que ouvia as vozes de seu daimon interior que era o único com coragem suficiente para colocar as coisas em seu devido lugar sem precisar da Maiêutica. Eu escolho o verbo "conectar-se". Primeiro porque acho supimpa verbos reflexivos, depois porque estou sinceramente convencido de que faltou a Sócrates a competência da conexão com os políticos analfabetos de Atenas (Sim! eles já eram analfabetos antes do Lula). Sócrates não tinha saco pra aguentar político burro e por isso preferiu beber cicuta. Bons tempos aqueles!