Leiam texto sobre Plínio Marcos aqui.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O Ator pode voar (estudo científico)

Nosso cientista Pedro Alcântara, de camisa xadrez, (nas horas vagas cenógrafo e ator), e Mestre Carlão, trabalhando nas asas dos atores-pássaros.

Quem nunca pensou em erguer-se do chão em leveza plástica? Se o que nos pesa são nossas penas, com mesma palavra se designa o que causa anatomia aos pássaros. Leves e flexíveis são também fortes e resistentes. Um pássaro pode ter entre 1 000 e 25 000 penas espalhadas pelo corpo. Mas elas não são as únicas responsáveis pelos poemas aéreos que as aves costumam declamar. Tudo em uma ave é desenhado para que ela possa voar: o formato aerodinâmico do corpo, o esqueleto, a musculatura. As asas, ou a poesia, são fundamentais: como um propulsor, impulsionam o pássaro à frente; e, como um aerofólio, dão a sustentação necessária para mantê-lo flutuando.

Voar é uma capacidade quase exclusiva das cerca de 9.600 espécies de aves existentes. Outros animais de médio porte também já foram capazes de poemar pelo céu. Os pterodátilos, por exemplo. Mas, recentes descobertas científicas provaram que, além das aves, os atores também podem voejar. Veja abaixo algumas conclusões baseadas na observação do trabalho de aerodinâmica do "professor pardal" Pedro Alcântara.

A anatomia de um ator que voa

Os atores têm penas, ossos e músculos feitos sob medida para vencer a gravidade. O polegar dos atores tem a mesma função do flap das asas dos aviões, aumentando ou diminuindo a força de sustentação que mantém o ator no ar. Alguns dos ossos do crânio, do peito e da região das asas são ocos, e, portanto, bem mais leves que o normal. Isso facilita ainda mais o vôo dos atores. O esterno dos atores voadores possui uma quilha de onde saem os músculos peitorais. Essa musculatura é a mais forte e desenvolvida, porque movimenta as asas. Cada pena tem um eixo de onde partem inúmeras ramificações, que vão sendo enganchadas umas nas outras e aplicadas como repertório em cenas de peças e filmes. A estrutura transforma a pena num leque ultra-resistente ao vento, facilitando o trabalho do ator. Na região do peito existem penas especiais que funcionam como órgãos sensores, detectando as alterações na velocidade e na direção das correntes de ar. Informações das quais os atores voadores sabem tirar proveito durante o vôo cênico. As penas da cauda auxiliam na direção, orientando o vôo para a direita ou para a esquerda, principalmente quando os atores estão pousados. O formato de aerofólio das asas de um ator voador faz com que o ar que passa por cima delas tenha pressão inferior ao que passa por baixo. Esse efeito aerodinâmico gera a força de sustentação necessária para vencer a gravidade de uma cena travada. As asas dos atores têm a parte superior mais arredondada (convexa) do que a parte inferior. À medida que um ator se move em linha reta pelo céu do palco, a trajetória do ar que passa sobre a asa é mais longa do que a trajetória abaixo. Isso significa que o ar que passa sobre a asa deve se mover a uma velocidade mais alta do que o ar que passa pela rota mais direta abaixo, resultando em pressão mais baixa acima do que abaixo, fornecendo suspensão: repouso.

Nenhum comentário: